Apesar de ter nascido em uma casa cheia de mulheres (somos 4 irmãs) e eu ser a raspinha de tacho, eu nunca tive o meu lado cor-de-rosa aflorado.
Meu negócio era jeans e camiseta e tudo o que tivesse de mais prático à mão. Ao invés de ler a revista Capricho que a maioria das minhas amigas amavam, eu lia Veja. Na casa de uma das minhas melhores amigas, eu preferia discutir a corrupção do Maluf com o pai dela (malufista), a ficar arrumando o cabelo em frente ao espelho.
Mas, como todo exagero é prejudicial eu me arrependo muito disso, afinal, dava muito bem para falar mal do Maluf com o cabelo arrumado, né?
Eu demorei muito tempo para entender que as coisas podem ser maleáveis e que dá pra fazer de tudo um pouquinho sem se perder na superficialidade. É claro que houve todo um processo de mudança, as coisas foram acontecendo de forma lenta e muitos dos meus preconceitos foram caindo por terra.
Eu que só lia Rachel de Queiroz e Machado de Assis, aprendi a gostar de Sophie Kinsella e entender que não deve ser à toa que o Paulo Coelho faz sucesso no mundo inteiro. Ampliei meu gosto musical e comecei a me divertir com comédias românticas e filmes de princesas. E tudo isso sem precisar abandonar os grandes escritores que eu amava ou me tornar uma pessoa desinformada e fora da realidade.
Claro que minhas filhas me influenciaram muito nestas mudanças, mas eu poderia ter fechado a porta dos contos de fada para elas também. Ao contrário, eu abri este mundo encantado para nós três. Hoje, nós assistimos juntas os filmes das princesas e da Barbie, brincamos de maquiagem, de pintar a unha e eu permito que elas explorem todo este mundo de laços, fitilhos, bolsinhas, sapatos de princesa e roupas cor-de-rosa e purple.
E ainda assim, nesta casa cheia de purpurina, nós conseguimos explorar a Rachel de Queiroz, o Machado de Assis, a política, a corrupção do Maluf (que hj em dia virou coisa de criança mesmo, rs) e todo um mundo de possibilidades.
Definitivamente eu não levo o menor jeito para "mulherzinha-arrumadinha": não tenho paciência nem tempo para isso, mas tento me manter mais alinhada, ser um pouco mais vaidosa e gastar pelo menos alguns minutinhos do meu dia com coisas para mim!!! Tenho tentado sempre passar um lápis nos olhos e um batonzinho de manhã, fazer escova com uma certa frequência e evitado ficar de pijamão em casa o dia inteiro, rs.
Ultimamente, estou sempre pronta pra sair de casa, o que compensa os minutinhos que eu perco de manhã para me trocar. Ainda não consigo ficar horas na frente do guarda roupa escolhendo o que vestir, mas tenho gostado muito desta Mari "ajeitadinha" que eu vejo quando passo pelo espelho!
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Nunca imaginei o quanto a gente se parece!! A do "pijamão o dia inteiro" então?
ReplyDeleteMeu marido me cobra um batonzinho, fazer as unhas etc e eu tenho começado a me dar essa atenção tb. No início é difícil mas aos poucos a gente pega o jeito!
Ainda vamos frequentar o mesmo salão!
Nossa parece eu falando isso ha, ha, ha, soh estou aprendendo agora com a Victoria a usar vestidos para ir na esquina comprar pao, pois ela soh usa vestido ou saia com meia calca, rs. E isso vem dela, eu NUNCA fui assim na vida, rs.
ReplyDeletebjs
Eu não incentivo, mas também nao desestimulo. Mas elas adoram tudo o que é de menininha e eu estou me influenciando um pouco com tudo isso.
ReplyDeleteAglais, meu marido não percebe nada. Pra ele tanto faz!!! Mas eu tenho me cobrado um pouco mais de cuidado comigo porque a gente vai relaxando e quando ve nao tem mais conserto, rs.