Com todas as leituras em relação ao cachorrinho que está chegando, eu descobri que a socialização para os animais de estimação é muito importante. Eles precisam entrar em contato com muita gente diferente e tb outros animais para não serem medrosos, inseguros ou agressivos com estranhos.
E de repente me deu um click de que com crianças é exatamente a mesma coisa! Algumas crianças simplesmente são atiradas: o Eduardo e a Luisa são assim. Raramente a Luisa fica intimidada em um ambiente estranho e o Eduardo, nunca. Eles chegam, já começam conversar com as crianças e adultos, se sentem em casa em qualquer ambiente.
Já a Helena... é bem mais reservada. Quando chegamos em um ambiente que ela não conhece, normalmente ela fica perto de mim ou de um dos irmãos. Se alguem fala com ela, ela responde baixinho quase escondendo o rosto e precisa de um tempo para se sentir à vontade.
Mesmo em lugares que ela já conhece, se não vê alguem conhecido de pronto, ela fica receosa: não gosta de ser a primeira a chegar, rs.
O que fiz com ela e consequentemente com os irmãos, foi expor todos eles a muitos ambientes diferentes. Eu fui uma criança tímida e uma adolescente bicho do mato. Muitas pessoas me consideravam metidinha porque eu estava sempre seria, e mal sabiam elas que eu estava na verdade com medo de que alguem viesse conversar comigo. Foi sofrido, mas tão sofrido, que eu luto todos os dias para mudar e mais que isso: luto todos os dias para que meus filhos não passem por todas as situações que passei por causa desta timidez.
Muitas vezes a Helena não queria entrar em uma aula, ou ir para a piscina porque estava com vergonha do professor ou não conhecia ninguem. Todo início para ela era um parto: chorava, me abraçava, dizia que não queria mais ir, pedia pra eu cancelar a matrícula (mesmo sem saber o que isso significava, rs).
Eu nunca cedi: sempre ia com ela até a porta, conversava muito, abraçava, beijava, bla bla bla, mas ela tinha que entrar sozinha. Acho que a única vez que entrei com ela foi em uma aula de balet, que ela me fez entrar e dançar. Mas neste caso eu até a entendo: a professora era uma "estrela" de comerciais de tv aqui do Canada e se mantinha muito distante das crianças. Ainda assim, na segunda aula a Helena teve que entrar sozinha e encarar a estrela!
Hoje eu percebo que ela continua tímida, reservada, ainda precisa de um tempo quando chega em um ambiente novo, mas já não chora mais no primeiro dia e consegue fazer amiguinhos com certa facilidade. Ela adora dançar e cantar e sempre quer plateia (coisas que eu adorava fazer escondida).
Ontem foi o primeiro dia da Helena no grade one: agora ela fica período integral na escola e entra pela porta das "crianças maiores" e não mais com os pequenos. Ela foi toda orgulhosa para o patio com o irmão e nem me pediu para acompanha-la até a escada.
Eu é que fiquei lá em cima, quase chorando de ver a minha menininha virando gente grande e resolvendo as coisas sozinha. Ela chegou, já foi procurar a fila da classe dela, cumprimentou algumas amigas e depois me deu aquele tchau significativo: "vai mamãe... vc está me fazendo pagar o maior mico com esta choradeira."
A Luisa foi quem estranhou! Ela ainda está com os pequenos e ficou encostada na grade olhando a "big sister"!
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
Viagem com a escola
Quando eu era criança, la na Vila Aurora, os nossos passeios de escola eram ate o Horto Florestal... talvez parque do Ibirapuera na formatur...
-
Eu sei que o mundo está precisando de mais gentileza, mais gente educada, mais simpatia e eu vivo tentando fazer a minha parte. O problema é...
-
Eu amo o calendario da escola!!!! #SQN As atividades não necessariamente seguem os dias da semana. Elas tb usam um calendário paralelo d...
-
Hoje a Helena tem jogo e eu não poderei assistir. Infelizmente o jogo da Luisa é no mesmo horário e eu vou deixar o Edu com a Helena e vou l...
-
Ao contrário do Brasil, festa de aniversário por aqui geralmente é coisa pra criança, e só pra elas. A maioria das festas canadenses foram f...
-
Esta história de meia perdida é uma coisa que parece acontecer com todo mundo. Sempre tem alguem por aí reclamando dos pés de meia orfãos qu...
This comment has been removed by the author.
ReplyDeleteChorei agora rsrs
ReplyDeletePra mim, e parece que pra vc tb, não existe alegria maior do que ver os filhos bem, brincando com os amiguinhos, crescendo e ficando independentes. Se bem que, ao mesmo tempo que a gente quer eles independentes a gente morre de saudades de qdo eles eram pequinininhos, grudadinhos na gente (rs). Parab'ns pelas conquistas da filhota!
ReplyDeleteMarcia
Essa vida de mãe é confusa mesmo: estamos sempre divididas entre dar a eles independência e deixa-los amadurecer, ao mesmo tempo que adoramos te-los na barra da saia.
ReplyDelete